sábado, 25 de abril de 2009

O primeiro Andreabocelli, ao vivo, nunca se esquece!

O primeiro Andreabocelli, ao vivo, nunca se esquece!

Postado por wilson yoshio em 24 abril 2009 às 19:12

O pior fã é o que quer ver! ao vivo, ao live! que é , quase, anagrama de life!
assistir ao vivo,a um de nossos poucos ídolos de cada dia, de cada cd e dvd, na grama do parque da independencia, no Tiradentes, onde D.Pedro nos libertou...de portugal ( frase de antanho, quando éramos contra o tio sam...)

não há,click, de blogueiro que pague..".o céu fala, a gente entende"...sloganeia a climatempo, eu sacaneio o clima à Elizabeth:Às 12:10 em 21 abril 2009, wilson yoshio disse...hoje tem o grande Bocelli, mas como meu pai dizia... pobre não tem vez, vai chover chuviscam os chuveologistas, que acertam quando estão de mal da vida.( meteorologistas preveem a lógica dos meteoros...).

14 horas.Expatriado, sem kuruma ( carro), sem keitai ( celular)encaro o metrô, desço no paraíso que fica no fim da liberdade!rs ,faço norikae ( baldeação) pego a linha ecochata que é novidade prá mim, desço no alto do ipiranga com trocentos mais,bus não, vamos que somos bípedes,sopesamos quarenta minutos de retirantes sem sêca, quando tá perto, paro pruma skol que ninguém é de barro e, sigo que ninguém é um jarro, flanelinhas a dez, vinte, de acordo com o visual statusabonário, os parkpostos e oficinas a outrotantos, capas a cinco" guarda-chuva não entra"... só fãs,

barreiras prá revista, faltam vinte pro início,forrozeiro diz " é a crise"... que crise? de fãs? "não, esse povo aí não é fã, nem sabe quem veio ver, vem pela crise"... pode ser, mas o cara não vai nos ver, " porque?" explico...mas você vai virar fã...só não acenem lenços brancos de despedida.entramos,

putzgrila! as colinas do parque à direita estão lotadas, sempre é assim a direita aglutina mais, vou pela canhota, +/-200 mts do telão menor, sem visão nem vislumbre do palco, encoberto pela cobertura da parafernália técnica.
povaréu de balzac prá cima, um e outro geração orkuteiro e player, a garôa ácida se esvai, e começa, um acústico prá aquecer a orquestra, sinfônica do paraná.

o maestro, eugene kohn, conduz com dignidade um Andrea sorridente, povofã palmeia , duas canções, com as interrupções palmares, pro mal dos quinze segundos de sustentação, dos vibratios que dá a sensação que Andrea troca de tom, no meio, coisa de tenor maior, de sol bem maior.mas devagar com o cantor que os fãs são de barro!revezamento com a entourage prá poupar o tom bom, o dom.

O delírio vem com as de audiçao fáceis, O sole mio, funiculá, e a surpresa, l' appuntamento, sua versão de sentado a beira do caminho de Erasmo, o Carlos Certo.tá, os jornais só falaram "de Antonio" Toquinho que fez dueto em aquarela e garota de ipanema, então linkeio video de 10 segundos pro tremendão saber.

No mais, o céu se calou, não chorou, nem eu.intelectual lê, e clicka, ouve por porvir,não sente os sons,nem as emoções, isso é prá claquetes de auditório! mas é esta maldita garoa cáustica que fustiga a alma,ztz! a calma!e esses malditos ciscos que o kaze ( vento) fustiga no me ( olho), mesmo com megane( óculos) calvinjapanklein ! saímos em placidez, tal monges em contemplação.arigatô, Andrea,e sayonara!mas esse cara derrete um buda de bronze!

quase seis, paro no mesmo boteco...biru wo kudasai( uma cerveja por favor) duas pizzas, outra, pego o rumo, meu norte, chego quase 9...de alma exteNUAda, lEvada...
um dia, no nihon,esta lembrança vai ser uma ilha de ternura no arquipélago das amarguras, vou lembrar ,com enlevo, do enredo, de hoje.

(dedicado à minhas três amigas, que gostam de música :Elizabeth,Helô e Maria Dirce, e como os três mosqueteiros que eram quatro,tal D' Artagnan, à Vivian S.espero que gostem, vai ser um dos meus poucos textículos sem ironia,nesta terna e eterna net.)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Trivial de Sergio de Souza: do Luis Nassif.

16/04/2009 - 19:07
por Luis Nassif.

Trivial de Sérgio de Souza

Ontem fui palestrar no Hospital Oswaldo Cruz. Um grupo de jornalistas amigos e admiradores do grande Sérgio de Souza está palestrando por lá, toda quarta-feira, em retribuição ao atendimento que o hospital deu ao Sérgio.

Lá conheci a viúva, Lana, e alguns filhos dele.

A capa da Caras Amigos - sobre minha batalha contra a Veja - foi fundamental para a empreitada. Na verdade, naquele início de guerra, apenas três jornalistas não me consideraram um louco varrido e perceberam até onde poderia chegar. O Mino, em uma entrevista ao jornalzinho da Cásper; o Milton Coelho, em seu artigo para o Comunique-se, e o Sérgio, na capa para a Caros Amigos.

Foi o último trabalho de Sérgio. Contou-me a viúva que ele passou o final de semana revisando a degravação. Na segunda ela e ele deram uma última conferida, antes de mandar para a gráfica. Na quarta, ele caiu de cama para não mais levantar.

Disse-lhe que, alguns meses atrás, saí para almoçar com o Luiz Fernando Mercadante e ele me falou da importância do Sérgio para o estilo de redação da Realidade. Era o dono do melhor texto e o jornalista que copidescava todas as reportagens.

Curiosamente, disse a ela, o Fernando elogiou muito o Roberto Civita daqueles tempos. Lana - que também trabalhou lá - reiterou que Roberto era querido e respeitado por todo. Inacreditável o processo de deterioração que o fez se iludir e endossar a degradação da Veja.

Ela me contou do Sérgio agregador, da legião de amigos que juntava em torno de si e levava para onde fosse. O Juca Kfoury, o Trajano, o Miltainho, o povo do Bondinho. Embora fosse amigo de todos, nunca cheguei a fazer parte da turma. Ela me disse que nos anos 80, meu amigo Otávio Costa sugeriu que me convidasse para as feijoadas que dava - ainda hoje, famosas. Para meu azar, o convite não se consumou.

Estou aguardando outro convite, para rever os amigos e eles me falarem mais da personalidade de Sérgio.

Só sei que, depois de dois dias no interior de Goiás, acordei cedo, coloquei notas no Blog, enfrentei três horas e tanto de carro até Goiância, duas horas no aeroporto, uma hora e meia do vôo até São Paulo, uma reunião às cinco, trabalho no carro entre um trajeto e outro. E, quando saí da conversa com ela, estava tão leve como se tivesse passado o dia tocando choro com meus amigos do bar do Alemão



16/04/2009 - 23:31

Enviado por: wilson yoshio

sou do tempo que as informações tinham horário para chegar.11:15. no vale dos sem-eira-nem-beira.
vinham de trem , no primeiro vagão , na primeira janela , os dois bancos forrados de revistas, o guri e as da Ebal para nós, molecada, e as fotonovelas,grande hotel e sentimentais para as donzelas, que nós líamos de carona, negociadas com as irmãs, prá sabermos o que escrever nos bilhetes prás namoradas.

os jornais eram pros sérios ,adultos, estadão era lido pelo meu pai após o armazém lotado dos desembarcados , passageiros e alunos esbaforidos rumo à escola ,dá um sorvete, um pé-de-moleque, esvaziar.

rádio ligado na tupi, desde as sete, ” seu arara vai voar”, o trabuco,os caipiras entoando as de raiz,, meu pai era o decifrador das notícias pro povaréu em roda . mais tarde, eu ,no ginásio tive que ir de trem todos os dias até a sede do município. nós tinhamos o dia da graça e da desgraça.

O da graça era um jornaleiro gordo de quepe que mal cobria a cara larga e deixava a gentinha miúda e dura dos merréis folhear “sem dobrar nem amassar”, as vezes comprar, prá manter as aparencias e as benesses, e no retorno a tarde, no trem das 16 trocar por outra, não lida ainda, ” pega uma inédita, japa!” e nós aproveitavamos. nós líamos desde a biblia sagrada, quadrinizada, faroeste até catecismos do zéfiro, prá canOnanizar as tensões.o da desgraça era um careca mal-humorado, de mal-da-vida, que revezava dia-sim-dia-não e não vendia patavina, só jornal de tão sovina.

sou do tempo que só as exatas somavam a exatidão do futuro.eu queria ser jornalista e toda classe apostava sua notas nisso.aí teve um cara chamado silvio fiolo que ganhou medalhas em natação.e descobriram a sua mãe, professora dando aulas ali perto.liguei prá gazeta esportiva, falei com thomás mazzoni ” faz e manda prá mim, há ! e tira fotos! ”

duas viagens de trem, ouvindo a mãe na volta das aulas pra pensão. eu era um puro, na época.eu rascunhava, de parker 51,conversa de mãe, orgulho de mãe.
relia meu curso por correspondencia, mas ele não mordeu nenhum cão, não vão publicar, e as fotos? o fotojapógrafo pediu uns mil réis de reis.nem guardando o dinheiro das revistas de um semestre, nem tirando escondido do caixa da venda do pai !

vira prá lá, patrocínio! sou mais gutemberg, jornalistas ganham honestamente… foi aí que não estreei na imprensa, a carreira foi de braçada na correnteza.
em 66 vim prá sampa que já é outra realidade, do redondo, da arena, dos autores-inéditos…dois podiam conversar, tres eram abordados, suspeitos de subversivos…

sou do tempo da Realidade do goleiro que ” onde ele pisa nem grama cresce mais”, do Bondinho e seus leitores que não cabiam numa kombi,que descarrilou do pão de açucar, e a capa na minha memória é walmor chagas, vestido de noiva, sentado num vaso sanitário. e o texto! coloquial, conversa de boteco, do haf, das sacadas descompromissadas .

e as pautas! dignas de mandar as atuais à pauta que pautou! sabinando o fernando, nosso encontro marcado, sagrado era com as revistas mensais, esperadas prá deleite, movimento, opinião, polítika, pasquim, grilo, ex, cadernos da civilização brasileira,senhor.

Outro encontro esperado eram as regras das nossas transas pós pílulas, mas não, ainda, confiáveis.( tempos depois, mauricinho perguntou numa sexta-feira” tio, tem horas?”- tio? tá, devo ser tio, mesmo! eu vivi a explosão da pílula, você convive com o fantasma da aids…” ih, tio,parece meus pais falando, estragou meu fim de semana, vou prá casa”.
vinga se melhor quem ri por último.)

mas divago,devagar. nossos jornalistas prediletos,que testemunharam os desjejuns de cada dia estão partindo. figuras familiares de nome,dos expedientes, das olivettis, das letteras.

quem redige obituários são profissionais. leitores não.
Mas até prá reverenciar aos familiares, os filhos, que tem de quem se orgulhar,escrevo de sopetão, sem consultar a grande bíblia do nosso tempo, o google, prá saudar uma lavada de alma, quando o sócio do ócio, logo, ainda, era intocável, uma caros amigos, prá tremer os inimigos baratos, tomás lá, dá cá.

Aí, pensei, caracas,vênus-de-zueira! esse é o Serjão Certo!

17/04/2009 - 00:17

Enviado por: Elizabeth

wilson yoshio

tenho lembranças iguais às suas, especialmente eu, que detesto futebol
“sou do tempo da Realidade do goleiro que ” onde ele pisa nem grama cresce mais”,
nucna esqueci
e
"do Bondinho e seus leitores que não cabiam numa kombi,que descarrilou do pão de açucar, e a capa na minha memória é walmor chagas, vestido de noiva, sentado num vaso sanitário. e o texto! coloquial, conversa de boteco, do haf, das sacadas descompromissadas" .
um abraço

17/04/2009 - 10:53

Enviado por: wilson yoshio

Elizabeth, arigatô!

então deves lembrar de uma carta de leitor no pasquim, quando a redação, toda menos o Millôr, em vão !bobo! foi enxadrezada. o cara, Arnaldo Micelli, acho, provocou comoção nacional, emoção prá uma caixa de lenços,como Drummond traduziu o sentimento do mundo,de nós leitores.

Onde andará esse cara? espero que não tenha se endireitado. engraçado a memória afetiva da gente, lembramos de coisas boas que nos tocaram há tres décadas, de quando nós éramos inocentes úteis tal meu pai…”cê tá besta, moleque, deu no jornal” e tava sacramentado juramentado.

Mas voce diz:

“Nunca mais será a mesma, porque além de fazer jornalismo independente e de brio — et pour cause–, é preciso, principalmente, ter coração”

Nesses tempos, pós-barnard, pós-transplantes, não dá a impressão de que o coração muda, foi trocado seu norte, seu rumo, suas opiniões ao flutuar dos ventos, do patrocinador de plantão,quando caras que aprendemos a admirar,linhas de raciocínio e argumentos familiares mudam de paladar palátaveis até pelo curió em serra pelada? ( inspirado no Mino,rs)

Tá certo que todos tem que rodar as bolsinhas, com os laptops, que as familias não são de barro, não vivem de brisas …mas devagar com o andor que o outdoor é de stand’s, que pode não ser rima mas é anagrama de acusação de dantas, de dantes, de quando, ainda,não éramos incréus…

Elizabeth ,obrigado mais uma vez!
a pior parte da blogesfera é a blog-in-diferença.

sabia que tenho uma Ellgrand ( van de 8 lugares) no Nihon, mas aqui? meus filhos odeiam luisnassif, lá vai “ele pro luisnassif, orkut?orkutou! ”

meu chônan( primogênito) diz, papai, é muita citação, junto. vc diz que a comunidade tem 3500 e trálálá.quantos leitores? quantos leem e gostam do que vc escreve?
a esperança é a última que corre… dois, já, sei que leram, vc e o Ivan, outro frasista mortal aos inimigos…mas, aos Amigos tudo. aos inimigos o youtube. abraços frasísticos.

(Mas que faz falta alguém empunhar a bandeira, tal aprendiz de mestre-sala & porta- nossos ideais neobom no pautódromo, contra, da mídiavil, faz! ou não?cadê a ABI? ABRINQuedou-se?)

17/04/2009 - 11:31

Enviado por: Vivian S.

Lembro-me da minha primeira Caros Amigos. Estava na universidade, fazendo comunicação, sonhando com o jornalismo e de repente, aparece, naqueles meados dos anos 90, uma revista cheia de graça, com personalidade, trazendo àquilo que idealizava : jornalismo gostoso de ler, com reflexão, com idéias, com conteudo, com debates, com poesia, um novo-velho-jornalismo, distante daquele jornalismo cinza, quadrado, de classes, da imprensa nossa de todo dia. Acho que foi fundamental para nos, estudantes, que buscavamos muito mais do que encontravamos nos jornais de então, a publicação da Caros Amigos.

wilson yoshio: que texto delicioso!


17/04/2009 - 11:53

Enviado por: Elizabeth

Querido Yoshio

a blogosfera sempre tem boas surpresas, como aquele seu texto maravilhoso de ontem, com lembranças iguais às minhas.
.
e aqui não é a comunidade do Nassif, aqui é só o blog, você deveria entrar, que lá tem gente finissima. (Olhai Nassif, quero meus 10%…kkkkkkk)

não me lembro dessa carta do Pasquim, lembro da prisão dos caras, sim.

e sobre o coração, não dá pra fazer nada sem, a coisa fica torta, quadrada, sem vida.

(eu entendi especialmetnte isso em textos budistasque estudei num templo japonês da avenida do Cursino)

sejam quais forem os tempos,ocoração é fudnamental, e especialmente na esquerda, que sempre teve dificuldades com tal órgão.

e diz pro seu chônan que tem gente que gosta do que você escreve sim, eu sou uma, e quantos devem ter lido e gostado também???
(estava aiinda ontem conversando com uma amiga galega sobre todos os nossos amigos de tantas nacionalidades que aprendemos a amar neste país tão rico. a colônia japonesa sempre me aocmpanhou, desde criança, e quando provei meu primeiro doce de feijão azuki com ovo: achei horrivel! hoje gosto demais!
arigatô pra você
abração e apareça na comunidade

17/04/2009 - 14:58

Enviado por: wilson yoshio

Elizabeth, já estou na comunidade! na comum idade solidária, e logo no nihon, solitária,rs. vc falou de Buda, me procura no portal, postei foto minha junto dele ( o mais alto, de cabeça cortada é o Buda!)rs.
mas meu ano sabático lá comoveria um Buda de bronze.estou esperando a síndrome de ijime(maus-tratos ) baixar prá blogar.

Vivian S. arigatô! minha ellgrand de leitores tá crescendo aqui. já tem TRES testemunhas, sem mumunhas…vou fundar a Testemunhas de wilsonyoshio, vou corretar tal odin placebo,leitores de almas a 10 %.
texto delicioso? reminiscências da Páscoa , período que o mel sobrepuja o fel.
mas com tantas vírgulas e reticências, falta de negritos e itálicos, não vou pros manuais de redação dos pasquales nem pro ranking dos iletrados da fuvest.
mas choco que late não lorde. há mais coisas entre o céu da boca e a língua que sonha nossa vil midialatria.ou chocolatria.

seu nick Vivian S. é inspirado em Bruno S. do Herzog, o Werner?



(e para fechar o post o comentário de Lana Nowikow, a viúva de Sergio de Souza.)

18/04/2009 - 02:14

Enviado por: Lana Nowikow

Obrigada Nassif, obrigada a todos que se emocionaram com o seu texto sobre o Sérgio de Souza. Preciso fazer uma correção, duas, aliás: a dívida com o hospital Oswaldo Cruz está sendo paga com palestras de jornalistas como você, Juca Kfouri, José Trajano, Zé Hamilton Ribeiro, Ricardo Kotscho, Caco Barcelos, Bob Fernandes e Bob Costa se dispuseram a dar . Já houve duas e as outras transcorrerão no curso do ano, de dois em dois meses - o tema é o próprio jornalista que escolhe. São dirigidas ao corpo clínico e administrativo do hospítal, mas abertas ao público em geral. Aviso quando for marcada a próxima palestra, para quem se interessar.
A segunda correção é sobre o restaurante. Está havendo uma confusão dos diabos (há pouco uma turma de amigos me alertou para isso). A Feijoada da Lana continua firme e forte no lugar de sempre: rua Aspicuelta, 421, Vila Madalena. Porém, ali, só o nome (e a receita) são meus, o restaurante pertence à minha filha Luisa. Acontece que eu estou abrindo um outro restaurante, a Casa da Lana, também na Vila Madalena, rua Purpurina, 293. O “estou abrindo” é porque falta alguma coisa que a burocracia exige, mas está sendo providenciado. Claro que aos sábados há feijoada ,aliás, a própria do restaurante da rua Aspicuelta, mas haverá outros pratos - todos com sabor de comida de mãe.
Sim, há outra Feijoada da Lana, recém-inaugurada no Embu, que pertence à outra filha, Silvia, como bem lembrou a leitora acima.
Um forte abraço.

domingo, 12 de abril de 2009

Cão que choco late não lorde:venenos de páscoa, no LN

Vou de carona com Nassif, que disse:

“Xará, ridículo é centopeia de minissaia.”

Ridículo é sereia fazer campanha anti- varizes.

Ridículo é sereia fazer campanha pró- uso de camisinha.

Ridículo é minotauro fazer campanha pró-uso de capacete.

(a sua ,hoje,é imbatível! parabéns frasísticas.)
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(essa não passou,rs)
Enviado por: wilson yoshio

Da série Não Confunda:

Não confunda as 250 caixas quentes pós-grampos da Kroll com as 250 caixas geladas pós-trampos da Skol.

(moshi,moshi ! ( alô, alò!) Skol! é só mandar as minhas caixas via portal nassifista! metade ao dono do blog. quanto vale uma inserção aqui?

Meu chonan ( primogênito) , que é da área diz que ” ainda não é mensurável”, mas pelo nível da comunidade uma opinião isenta , não massacrada tal pagodinho…blogodinhos valem mais…)

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(essa passou,rs)
Bom domingo de Páscoa aos colegas.

Enviado por: wilson yoshio

O pior cego é o que quer ver.

O pior leitor é o que quer ver a Falha de Só Pau.

tema para pesquisa datafalha:quantos assinantes acreditam em entrevista gravada sem áudio?

E retratação sem áudio?

Falha: recordista em assassinar assinantes!

sábado, 11 de abril de 2009

Caso Protógenes:do Luis Nassif

10/04/2009 - 16:00
Um xadrez extraordinário
Coluna Econômica - 10/04/2009
Imagine que você é um delegado da Polícia Federal e lhe cai nas mãos um caso cabeludo. Começa a investigar e descobre que o caso envolve parte relevante da República. Há toda uma estrutura de crime organizado, mas que pega peixe grande de diversos setores.
Aparecendo um dos peixões, haverá o foro especial e o caso irá para o Supremo Tribunal Federal. Com quatro anos de estudos e investigações, sabe que a tendência do Supremo será abafar o caso, por tendência liberalizante, pela complacência com o crime do colarinho branco e por não entender a necessidade de uma ação de inteligência, às vezes heterodoxa para enfrentar o inimigo.
Sabe que o bandido tem aliados poderosíssimos, nos três poderes e na mídia. E que dificilmente um processo convencional prosperará.
***
Sentam-se, então, os investigadores envolvidos no caso - PF e Ministério Público - e montam a estratégia.
Para tornar a operação irreversível, na primeira etapa não poderão aparecer suspeitos com foro privilegiado.Por outro lado, precisa criar um fato relevante, estrondoso, que jogue o caso na mídia, lhe dê ampla repercussão, para torná-lo irreversível.
***
Começa então o grande jogo. O primeiro lance é tratar de plantar na imprensa notícias sobre a Operação, para assustar o suspeito. Pessoas da sua equipe procuram a jornalista e a notícia sai.
O passo seguinte, é montar um baita jogo de cena, como se a notícia tivesse sido vazada por terceiros. E, ao mesmo tempo, fazer chegar ao chefe do bando a disponibilidade para negociar um suborno.
Uma prisão por suborno não abre margem a dúvidas na opinião pública. É muito mais fácil de entender do que intrincadas operações de lavagem de dinheiro e outras manobras financeiras.
***
A operação é montada, o suborno filmado. É decretada a prisão do chefe da quadrilha, ao mesmo tempo em que a reportagem do suborno sai no Jornal Nacional. Para impedir qualquer alegação de armação, o delegado trata de pedir a prisão até da jornalista que primeiro divulgou a matéria - o que não é concedido pelo juiz.
***
A reportagem no Jornal Nacional é o xeque mate. O caso transborda para a opinião pública, torna-se irreversível. O delegado é sacrificado, como havia previsto no início, quando montou sua grande jogada.
Mas com a água transbordando por todos os lados, o presidente do Supremo Tribunal Federal é obrigado a se expor. Depois dele, políticos, oposição, governo e os jornalões, se enredam na armadilha coletiva, se expondo de uma forma inédita. Inventam-se escutas ambientais, reportagens falsas, factóides, grampos, irregularidades. Mas nada mais consegue recompor o dique e impedir o prosseguimento das investigações.
O delegado é afastado do jogo, mas seu sucessor prossegue. Agora, com o caminho aplainado inclusive para que verdades mais graves possam aparecer.
***
A história acima é uma hipótese sobre a Operação Satiagraha, sobre o Delegado Protógenes Queiroz, depois da divulgação do relatório do corregedor Amaro Vieira Ferreira, acusando (embora sem provas) Protógenes de ser o autor do vazamento da Operação Satiagraha para a repórter Andrea Michael, da Folha.
É uma hipótese, mas faz sentido.
Comentário
Quando Protógenes diz que quem arrumar prova para liberar bandido é bandido obviamente estava se referindo ao relatório Amaro. O delegado trabalhou especificamente para levantar provas pró-Dantas.
Enviado por: luisnassif - Categoria(s): Coluna Econômica, Economia Tags relacionadas: , ,




10/04/2009 - 20:32 Enviado por: wilson yoshio
20.000 milhas de distancia das vilezas da midia vil , e lendo sobre floradas de sakuras , desanuviaram meus pensamentos neste ano atemporal.
Não li Caros Amigos, nem acompanhei a procissão que deposita ex-votos no altar do, queiroz ou não queiras, os TAGs do Giba, delegado, ainda, Protógenes.
Dizem que a primeira ilusão é a que fica. A minha foi a pior , inclemente na incursão pelo blog do Protógenes , visual cansativo, ver a foto de cavanhaque , camisa preta aberta no peito, jeito de segurança de cabaré , texto rudimentar , pensei…a scuderia Le Blog voltou…ou pior o homem da camisa preta…tal Tenório da capa preta.
Este virou filme. Logo, logo o imaginário popular de legado a proteger os genes do bem contra o Dragão Danado vira mote de repentistas, antes do sertão virar mar, antes do cdf da pf virar psol.
Tenório lavou nossa alma ao causar incontinência urinária, em pleno plenário, à ACM, que malvadeza!! (e parece ter abrigado Serra, presidente !ò título impossível, da une, na eclusão da ditafalha)
Protógenes(com 772.870 clicks na biblia do nosso tempo. o google) tá dando de goleada na Lurdinha (metralhadora de tenório), com laptop e argumentos de topten tá enquadrando o jetset.
Já, já , com roteiro e mixagem,aclarando as notas ultra-violetas ,Dá Dá filme.O que virá primeiro? o mandato ou o filme? o cordel já deve ter nas feiras.
Crentes em romeiras a depositar ex-votos no altar ou descrentes em filas eleitorais a esperançar votos nas urnas? Deputado ou São Protege os pobres?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Protógenes e a cpi:do blog Acerto de Contas










“O Corregedor Amaro é um delegado escalado para produzir provas para facilitar o Daniel Dantas.”

Conversei agora há pouco com o Delegado Protógenes Queiroz, especialmente sobre o seu depoimento na CPI, e o que pensa do seu futuro.
Conversamos sobre o cenário que está estabelecido sobre a Satiagraha e também os próximos passos. Ao final, disse a ele que iria publicar, e ele falou que não teria problema, me autorizando.
Muita coisa saiu na imprensa do depoimento de ontem. Colocarei apenas os principais trechos, com o que não saiu na imprensa.
Acerto de Contas - Oi Protógenes, tudo bem? O que achou do depoimento ontem?
Tudo bem Pierre. Acho que foi bom, e deve ter sido, porque hoje não saiu muita coisa a respeito.
Você estava preocupado em avançar o sinal em relação à Satiagraha?
Pois é, muitas perguntas surgiram, e algumas eu optei por não responder, porque poderia colocar em perigo dados sigilosos da Operação Satiagraha.
Inclusive no final eu chamei os deputados, e pedi para participarem e acompanharem o desenrolar da Operação Satiagraha, inclusive nos EUA. Muita coisa precisa vir ainda à tona, e acredito ser importante a participação dos deputados. inclusive disse: “Me convoquem que eu vou junto”.
Inclusive em relação à Dilma e ao filho do Presidente?
Lógico, mas neste caso era melhor falar logo que não há nenhum resquício de investigação sobre eles, para que não ficassem utilizando indevidamente os nomes de quem não era objeto da investigação. Em nenhum momento eles foram investigados.
E como está sua situação na Polícia Federal?
Eu espero que volte a ser boa. Gosto do meu trabalho de investigador, e acredito que a atuação da Polícia Federal é de suma importância para o combate à corrupção. Inclusive eu estou esperando minha liberação para contribuir com uma CPI na Assembléia Legislativa de São Paulo, mas ainda não me liberaram. Não sei se esta é a sua avaliação também.
Você está sofrendo uma investigação da Corregedoria da PF, que está sendo conduzida pelo Delegado Amaro. Qual o papel deste Delegado nessa história toda?
O Corregedor Amaro é um delegado escalado para produzir provas para facilitar o Daniel Dantas. Ele faz parte parte de uma orquestra organizada composta do Presidente da CPI, Marcelo Itagiba e outros da cúpula da Polícia Federal, não identificados ainda. Todos tem como objetivo favorecer o banqueiro-condenado Daniel Dantas.
Você acredita que pode acontecer o que?
Olha Pierre, se dependesse de Daniel Dantas e os que o defendem, eu seria preso, mas não conseguem porque não sou bandido. Como disse ontem, essa é a primeira vez que acontece uma investigação para averiguar uma outra investigação.
Estou sofrendo uma perseguição implacável, mas acredito que no fim tudo isso irá cair, pois o bandido não sou eu. Estão tentando inverter os papéis.
E como está vendo esta reação no Congresso que está surgindo a seu favor?
Fico feliz em saber que vários parlamentares estão agora me apoiando. Já temos uma frente parlamentar que está se posicionando contra a perseguição que estou sofrendo.
O PDT e o PSOL em sua totalidade estão me apoiando, parlamentares do PMDB, como o nobre Senador Pedro Simon e o deputado Paulo Lima. Além de parlamentares do PT, como Eduardo Suplicy e Antonio Carlos Biscaia, e do PSB, como Janete Capiberibe.
Inclusive o PDT anunciou que você pode sair candidato a deputado pelo partido. É verdade?
Soube disso pela imprensa, mas neste momento eu não tenho compromisso partidário algum. Meu desejo é continuar atuando no combate à corrupção, dentro da Polícia Federal. Sou delegado de carreira, e acredito que cumpro muito bem o meu dever.
Muita gente está me incentivando a sair candidato, você mesmo é um deles, mas isso só acontecerá na hipótese de não ter mais chances de combater a corrupção dentro da Polícia Federal. Aí teria que procurar outra forma de atuação pública. Mas por enquanto, acredito na recuperação da minha posição dentro da Polícia Federal.

Autor: Pierre Lucena - 09/04/09 às 16:12 - Enviar por email - Imprimir

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08/04/2009 - 10:36 Enviado por: wilson yoshio



da série Não Confunda:



NÃO CONFUNDA i TAG iba DO LUNNUS COM TAG PRÁ LINUX .



SE MR. i TAG iba, Marcelo , não rima , TAG prá sigla CPI.GM.HC.DD (não imprima )




Se mr. iTAGiba, Marcelo não rima é TAG prá GM absolvê-lo, com zêlo.




é! Tal Itamar, foi mal com a lilian sem cal, virou itamal,
eITA, nóis ! o itagiba, itagibou-se! ou amarcelou-se?



( minha paranóia paira nos ares da cantareira : o speedy tá nos despedindo, direto há uns dez dias, mas ontem foi quase o dia e noite todo.não vi o Protógenes, a proteger os genes.)









Do Escrevinhador e Blog do Mello:sERRA, ATOR?

Deu a louca nos tucanos: Jabor quer Serra como ator?
publicada quarta, 08/04/2009 às 20:57 e atualizado quarta, 08/04/2009 às 21:33 15 Comentários
O Blog do Mello traz hoje uma nota maravilhosa: Serra pode virar ator, num filme de Arnaldo Jabor!
Depois de FHC, falando em inglês pra repórter brasileiro, agora o Serra vai interpretar um personagem carioca? Quem será? Menino do Rio? Ele vai ser o Pepê? Vai contracenar com o Caetano Veloso? Ou não...
Leiam o texto do Mello...
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JABOR, SERRA E RIO: TUDO A VER?
do Blog do Mello
A Coluna do Ancelmo [no jornal "O Globo"] afirma que Jabor quer Serra em seu filme sobre o Rio dos anos 50.

Suprema felicidade
Está praticamente fechado o grupo de atores do filme “A Suprema Felicidade”, que marca a volta de Jabor à direção cinematográfica.Mas o cronista ainda sonha em incluir no elenco o governador José Serra, que fez teatro quando estudou na Escola Politécnica, em São Paulo.O filme, que começa a ser rodado em maio, é, diz Jabor, uma espécie de “Amarcord” (clássico do cinema italiano, de Federico Fellini) brasileiro.A história se passa nos anos 1950, no Rio, época em que parecia que tudo ia dar certo. [Da Coluna do Ancelmo de O Globo, ontem.]
Mas, Rio de Janeiro, anos 50, felicidade, o que isso tem a ver com José Serra? – pergunta o leitor cético. Eu explico:
Sabe aquela batida de violão de João Gilberto, que revolucionou a MPB? Foi dica de Serra, que também estudou violão na Politécnica. Foi Serra quem trouxe o surf para o Rio, lá na ponta do Arpoador, nos anos 50.
Leia o texto completo lá no Blog do Mello - www.blogdomello.blogspot.com
-------------------------------------------------------------------------------------------------por wilson yoshio:

arnaldo jabor, vulgo BORnaldo JÁpornô, ex cineasta-pornô dos tempos que a Embrafilme era dirigida por Celso Amorim , tem que tucanar o serra, vulgo vampiro soturno. a mulher dele presta a$$eSSoria ao nosSERRAtu de pinheiros.vai ser, acho, um filme de terror! O VAMPIRO SOTURNO e A MÁFIA DAS AMBULANCIAS!

terça-feira, 7 de abril de 2009

munição para serra e dilma 2010: do Luis Nassif e Viomundo

Enviado por: João Carlos

A Folha, da qual já sou um quase ex-assinante (está faltando bem pouco para eu romper com a publicação que assino há mais de 20 anos), está se prestando cada vez mais ao mesmo papel vergonhoso da Veja, um tipo de panfleto marrom.
Interessante analisar é que quanto ao José Serra, que pertencia à AP (Ação Popular) nunca se o chama de terrorista, mas era assim também que ao militares o catalogavam. Nunca se diz que o “grupo de Serra cometeu atentados”. E há uma coisa que seria furo de jornalismo, caso fosse do interesse dos panfletos nacionais: o dinheiro do tal cofre do Adhemar, foi parar na organização de Serra, quando este e outros estavam no Chile. O tal roubo do qual acusam tanto Dilma, sem ela nem ter participado, foi para, entre outras coisas, financiar o grupo de Serra. Isto daria uma capa da Veja, claro que se não fosse Serra, mas Dilma, algo como: Dinheiro do roubo do cofre do Adhemar foi para financiar grupo de Serra.

Cloaca News: Serra mantém assaltante na Casa Civil


Atualizado em 07 de abril de 2009 às 19:40 Publicado em 07 de abril de 2009 às 19:36

Gatuno já teve passagem pelo governo FHC, como Ministro da Justiça.

O advogado paulista Aloysio Nunes Ferreira Filho, de 64 anos, podia estar roubando, podia estar matando. Mas, não.

Atualmente, ele é o secretário da Casa Civil do governo tucano de José Serra.

Ferreira já foi presidente de centro acadêmico, já foi deputado estadual, já foi deputado federal, já foi vice-governador. Já foi até ministro de estado.
O que poucos recordam - e, quem sabe, a Folha de S.Paulo destaque sua repórter Fernanda Odilla para "investigar" o caso - é que o brioso elemento, outrora conhecido pelo cognome "Mateus", um dia empunhou um tresoitão para ajudar a surrupiar a assombrosa quantia de NCr$ 108 milhões da antiga Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, dinheiro que seria ultilizado no pagamento dos salários dos ferroviários.

O memorável assalto (ou "expropriação") ao trem-pagador deu-se no dia 10 de agosto de 1968. Segundo relatos da imprensa da época, a ação foi fulminante e sem que houvesse sido disparado qualquer tiro. Aloysio era o motorista do Fusca no qual os assaltantes deram o pira com os malotes cheios da grana.

Essa, porém, não fora a primeira ação espetacular do braço direito de José Serra.

No mesmo ano, ele partipara do assalto ao carro-pagador da Massey-Fergusson, interceptando uma perua Rural Willys da empresa em plena praça Benedito Calixto, no bairro paulistano de Pinheiros.
Ferreira participou destes eventos na condição de guerrilheiro da recém-nascida Ação Libertadora Nacional (ALN), a organização dos líderes comunistas Carlos Marighela e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo. Sabe-se que, após o estrepitoso assalto ao trem, Aloysio escafedeu-se para Paris, onde, dizem, desfrutou de um "exílio de caviar", ao lado do sociólogo da USP Fernando Henrique Cardoso. Após sua volta ao Brasil, em 1979, ingressou no MDB e iniciou sua trajetória política dentro da legalidade.
A despeito da relativa importância de "Mateus" na guerra contra a ditadura, este Cloaca News não pretende desdourar o passado de lutas do atual secretário tucano. Pelo contrário. Apenas ficaremos aguardando que sua heróica biografia seja brindada, com detalhes, aos leitores da Folha de S.Paulo com a mesma pompa e relevância com que foram exumados os episódios envolvendo a Ministra Dilma Rousseff.
Clique aqui para ir ao Cloaca News

A pergunta que fica, é a mesma que PHA já vem fazendo: por que se fala no “grupo da Dilma (VAR)” e se cala sobre o “grupo de Serra (AP e FBI)”?

Abaixo vou listar algumas informações sobre este caso, algumas fontes são da direita e da extrema-direita:

“Em outubro de 1969, Miguel Arraes, Marcio Moreira Alves, Almery Bezerra e Everaldo Noroes criaram, em Paris, a Frente Brasileira de Informações (FBI), ligada a organizações de esquerda, de oposição ao governo militar do Brasil. Com os recursos recebidos do presidente da Argélia, Houari Boumedienne – que em 1965 havia deposto Ben Bella –, Miguel Arraes cobriu as despesas da FBI, que passou a desenvolver guerra psicológica contra o Brasil, especialmente contra as Forças Armadas, fazendo denúncias de tortura. O dinheiro entregue por Boumedienne não caiu do céu, nem veio dos petrodólares, mas foi produto da “Grande Ação” do grupo terrorista VAR-Palmares, que em 18 de julho de 1969 roubou um cofre em Santa Teresa, Rio de Janeiro, com a quantia aproximada de 2,5 milhões de dólares. O cofre pertencia ao ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros e ficava no casarão de sua amante, Anna Capriglione. Parte desse dinheiro (cerca de 1 milhão de dólares) foi entregue ao Embaixador da Argélia no Brasil, para aquisição de armas, custear a viagem de terroristas brasileiros àquele país e auxiliar Miguel Arraes a criar a FBI.”

“No dia 15 de novembro de 1969, o jornal El Siglo, porta-voz do Partido Comunista Chileno, anunciou em editorial a criação da FBI em Paris, com filiais no Brasil e em outros países latino-americanos. O Chile, com um regime marxista em vias de ser instalado por Salvador Allende, era um refúgio de terroristas e exilados brasileiros (“Betinho”, FHC, José Serra),

e foi o primeiro país a lançar seus boletins em espanhol – Frente Brasileña de Informaciones, na Casilla Postal 3.594, Santiago do Chile. No Uruguai, Paulo Schilling e Carlos Figueiredo de Sá, ex-juiz da Justiça do Trabalho e militante da ALN, ambos cassados pelo AI-5, assumiram a coordenação da rede. O jornal uruguaio De Frente, na edição de 8 de janeiro de 1970, dava início à campanha da FBI, publicando a matéria “Torturas en Brasil”.”

Fonte: MidiaSemMascara.org


“Serra aparece em cinco informes.

No nº 481/69, identificado como “líder estudantil”. Os agentes registram sua presença em Montevidéu, entre 14 e 16 de dezembro, procedente do Chile. 

”Ele pretenderia prosseguir viagem a Cuba, via Praga, atendendo a convocação de outros líderes estudantis que se encontram em Havana”, para discutirem novas diretrizes do movimento estudantil no Brasil. No informe nº 283/71,

Serra é classificado como “um dos mais ativos pombo-correio” da Frente Brasileira de Informações.

O agente tem o número de seu passaporte, “expedido em Santiago do Chile pelo ex-cônsul Eduardo Guinle”. Em junho de 1973 sua presença é registrada em Córdoba (Argentina).”

Fonte: Correio Braziliense
“Abaixo um ligeiro resumo do que era a AP.Ação Popular

.” Seus principais fundadores, na maioria líderes estudantis, foram: Herbert José de Souza (Betinho); Aldo Arantes; Luís Alberto Gomes de Souza; Haroldo Borges Rodrigues Lima; Cosme Alves Neto; Duarte Pereira; Péricles Santos de Souza; Vinicius Caldeira Brant; Jair de Sá;

e José Serra.

Antes de 1964 já circulava o jornal Ação Popular, porta-voz das idéias revolucionárias do movimento.
Todos teriam papel de destaque nos atos de subversão e violência no período pós Contra-Revolução de 1964.””

“José Serra
PolíticoWashington Alves/EM - 14/3/1992O que diz o Exército no livro secreto“Ex-exilado político no Chile e militante da AP (Ação Popular),

Serra integrava a frente criada para propagar, no exterior, “falsas denúncias” de assassinato e tortura de presos políticos no Brasil.

No esquema de disseminação de “notícias deturpadas” sobre o país, era um “ativo pombo-correio” no circuito Chile/Uruguai.“A AP foi criada em 1962, dois anos antes da Contra-Revolução, em pleno regime democrático (governo João Goulart).
Seus fundadores, não tinham, portanto, necessidade de lutar pela liberdade democrática. Os “estudantes inocentes”, “vítimas das truculências dos militares” estavam todos orientados pela esquerda da Igreja e se preparavam para a futura “Revolução Brasileira”, de cunho marxista, quando pretendiam implantar no País uma ditadura do proletariado, orientados pela linha chinesa.
Entre os muitos atos terroristas praticados pela AP, destaca-se a explosão de várias bombas e principalmente o atentado ao Aeroporto Guararapes, em Recife, no dia 25 de julho de 1966, quando morreu o jornalista Edson Régis de Carvalho e o almirante Nelson Gomes Fernandes.

Na ocasião ficaram feridos seriamente o guarda-civil Sebastião Tomaz de Aquino, que perdeu uma perna e o general (na época coronel) Sylvio Ferreira da Silva, além de outras treze pessoas.
O número de vítimas teria sido bem maior, não fosse a mudança de local da chegada do candidato a presidente da República, general Costa e Silva, que em campanha, vinha a Recife. A mudança, ocasionada por uma pane no avião que traria o general o fez viajar de carro, desviando-se do roteiro original, o que esvaziou o aeroporto.
Durante muitos anos a direita foi acusada desse crime. Foi um comunista , militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário ( PCBR), Jacob Gorender, em seu livro Combate nas Trevas, que denunciou esse crime hediondo. “
Fonte: http://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&task=view&id=358&Itemid=78

Folha de S.Paulo - Memória da ditadura: Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim - 05/04/2009www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0504200906.htm

Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim

Ex-integrante da cúpula da organização terrorista dá detalhes do plano, do qual a ministra declara jamais ter tido conhecimento Delfim confirma localização de sítio mostrado em um mapa, apreendido durante a ditadura, que indicava onde o sequestro seria realizado
FERNANDA ODILLA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Luiza, 22, abandonou a faculdade de economia e agora sabe montar e desmontar um fuzil de olhos fechados. Na clandestinidade, seu grupo planeja uma das ações ousadas da luta armada em 1969 contra a ditadura militar: o sequestro de Delfim Netto, símbolo do milagre econômico e civil mais poderoso do governo federal.Quarenta anos depois, o antigo alvo é agora aliado de Luiza, aliás Dilma Rousseff, na empreitada que tenta fazer da ex-guerrilheira, também conhecida à época como Estella, Wanda, Marina e Patrícia, a sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O ambicioso sequestro era uma espécie de "lenda urbana" entre poucos militantes de esquerda nos anos 70. Sem mencionar o nome de Dilma, foi citado de passagem no livro "Os Carbonários" (1981), do hoje vereador carioca Alfredo Sirkis (PV), e esquecido. Na página 180, há uma citação ao possível sequestro do ministro: "Preparavam, na época, o sequestro do ministro Delfim Netto". A Folha obteve documentos inéditos e o primeiro testemunho de um dos idealizadores do plano.Antonio Roberto Espinosa, 63, doutorando em Relações Internacionais na USP, contou à reportagem segredos que diz não ter revelado sob tortura. Ex-comandante da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), assumiu que coordenou o plano.Mais: afirmou que os quatro outros integrantes da cúpula da VAR-Palmares concordaram com o sequestro do então ministro da Fazenda, que sustentava a popularidade dos generais com um crescimento econômico de 9,5% em 1969."O grupo foi informado. Os cinco [ele, Dilma e os outros três dirigentes da VAR] sabiam", disse Espinosa, no primeiro relato que aponta o envolvimento de Dilma, negado, porém, "peremptoriamente" pela ministra à Folha.Em um dos processos que condenou militantes da VAR, consultados no Superior Tribunal Militar, há um mapa da emboscada e outro que sugere o local do cativeiro do sequestro planejado.A ação tinha data e local definidos. Seria num final de semana de dezembro, durante uma das visitas do ministro a um sítio no interior de São Paulo.A "juba", o cofre, o FuscaEm 1969, a hoje ministra experimentava a vida clandestina com audácia. No Rio de Janeiro, ela e a amiga Iara Iavelberg, namorada do líder guerrilheiro Carlos Lamarca, foram cortar o cabelo no salão Jambert, que servia champanhe aos clientes. Iara, de acordo com o livro "Iara - Reportagem Biográfica", de Judith Patarra (editora Rosa dos Tempos), quis arrumar a "juba fora de moda" da companheira -para valorizar o rosto e os olhos dela- e sugeriu também roupas novas.A extravagância foi bancada depois da ação que deu fama à VAR-Palmares: o assalto ao cofre do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros, guardado na casa da amante dele, com cerca de US$ 2,4 milhões. Dilma não participou diretamente do crime.Mas, de acordo com depoimentos e relatórios policiais, ela administrou parte do dinheiro roubado para bancar salários de militantes, achar abrigo para eles e comprar um Fusca cinza. Como não sabia dirigir, ela escalava uma colega da VAR como motorista.Do carro, Dilma se lembra. Do dinheiro, não. "Não me lembro que eu era do dinheiro. Se fosse, eles tinham me matado a pau. Tudo o que eles queriam era o dinheiro", afirma.Dilma-Luiza havia chegado ao comando da organização após um racha que, logo depois do roubo do cofre, levara à saída de Lamarca, Iara e um expressivo grupo de militantes em um tumultuado congresso em Teresópolis (RJ).A ministra ficou na VAR, trocou o Rio por São Paulo e assumiu a missão de evitar debandada ainda maior.A VAR priorizava o recrutamento de estudantes e de operários, sem abandonar os planos de ações armadas esporádicas. De forma colegiada, de acordo com Espinosa, a cúpula decidiu sequestrar Delfim e montar uma fábrica de explosivos acionados por controle remoto em uma fazenda na serra da Mantiqueira (entre São Paulo e Minas Gerais).Além de Dilma, assumiram o comando do grupo Espinosa (Hélio), Carlos Araújo (codinome Max, o segundo marido da ministra) e os hoje mortos Carlos Alberto Soares de Freitas (Breno) e Mariano Joaquim da Silva (Loyola).Ouvido pela Folha, Araújo afirmou que não se recorda do plano nem de nenhuma ação armada depois do racha. Ressaltou, no entanto, que não é "boa fonte", pois perdeu parte da memória do período depois de ter sido torturado.Ao longo de uma hora de conversa com a Folha, Dilma disse algumas vezes não se lembrar da ideia de capturar o ministro e duvidar "que alguém lembre".Ao saber do testemunho dado por Espinosa, ela declarou que o ex-colega "fantasiou". No final da entrevista, pediu que registrasse a sua "negativa peremptória".O sítio, o plano, a quedaClassificado como "alvo fácil" por militantes e militares, Delfim era também um alvo antigo. Antes da fusão entre Colina (Comando de Libertação Nacional) e VPR, que resultou na VAR-Palmares, Juarez Guimarães de Brito, militante da Colina e mentor do roubo ao cofre de Adhemar, havia utilizado o emprego no Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro) para levantar os passos do pai do milagre econômico.O sequestro nunca foi executado porque os principais envolvidos na ação começaram a ser presos semanas antes.Coordenador do plano, Espinosa foi capturado em 21 de novembro de 1969, no Rio. "Ainda levaria 15 ou 20 dias. Aconteceria por volta de dezembro. O comando nacional sabia, não houve nenhum veto. Mas não detalhou o plano do ponto de vista político. Havia uma preparação militar que não estava concluída", disse ele.Caberia aos outros integrantes do comando nacional decidir os procedimentos políticos, como o conteúdo do manifesto e as exigências para libertar o refém. A repressão, contudo, foi mais rápida.O mapa com a indicação do local onde a organização planejava agir foi apreendido em um "aparelho" em Lins de Vasconcelos, no Rio. Dividiam a casa de dois andares o casal Espinosa e Maria Auxiliadora Lara Barcelos, além do estudante de medicina Chael Schreier, que foi preso vivo e chegou morto ao Hospital Central do Exército. Com o trio, foi encontrado um arsenal de armas, munições e explosivos, além de levantamentos de áreas onde o grupo tencionava agir.Espinosa disse à Folha que os mapas apreendidos só podiam ser os dele. "Tínhamos o endereço, sabíamos tudo. Era um local em que ele [Delfim] ia sem segurança porque imaginava que ninguém soubesse."A Folha encaminhou cópia do mapa a Delfim, que confirmou ter frequentado um sítio na região indicada em vermelho de forma simplificada na folha de papel já amarelada. Trata-se do Sítio Gramadão (cujo nome aparece no mapa), de propriedade do cunhado e melhor amigo, Mario Nicoli, próximo a Itu e Jundiaí, no interior paulista.Delfim contou à Folha que recebeu recomendações para redobrar o cuidado diante da onda de atentados promovida pela esquerda contra o regime. Mas disse não saber do plano da VAR e que nunca deixou de andar com pouca, ou nenhuma, segurança.
Folha de S.Paulo - Ex-guerrilheira é elogiada por militares e vista como "cérebro" do grupo -

www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0504200907.htm
Ex-guerrilheira é elogiada por militares e vista como "cérebro" do grupo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Gritos de "mata", "tira a roupa" e "terrorista filha da puta" receberam Luiza-Dilma no primeiro dia de prisão no pátio do prédio da rua Tutoia, no Paraíso, zona sul de São Paulo. No local funcionava a Oban, sigla da Operação Bandeirante, estrutura que integrava as polícias civis e os serviços de inteligência das Forças Armadas.As sessões de palmatórias, choques, chutes e socos até hoje são tratadas com reticências pela ex-guerrilheira. "Você não sabe o que é a quantidade de secreção que sai de um ser humano quando ele apanha." Segundo o Tortura Nunca Mais, ela ficou 22 dias no local. Para Dilma, "foi muito tempo" a ponto de não entender por que todo mundo ia embora, menos ela."A Oban era pau, puramente interrogatório. O preso ficava lá até considerarem que não havia mais como conseguir informações", recorda o hoje economista José Olavo Leite Ribeiro.A ministra foi uma guerrilheira que até hoje impressiona os militares. Colecionou epítetos superlativos nos relatórios da repressão, que a definiram como "um dos cérebros" de esquemas revolucionários."Era a grande dirigente da VAR-Palmares. Era realmente boa guerrilheira. A gente tem que respeitar ambos os lados", disse à Folha Maurício Lopes Lima, integrante de uma equipe de busca da Oban, na época capitão do Exército e agora militar da reserva de 73 anos.Foi a primeira vez que aceitou falar de Dilma. Ele nega tê-la torturado, mas não diz o mesmo dos colegas. "A história dela era furada demais."Com a militante a tiracolo, ele visitou diferentes pontos de São Paulo em busca de informações. "Ela se preparou mais para jogar conosco. É gato e rato. Ela tenta fugir, a gente tenta encontrar", explicou ele.À Justiça Militar Dilma citou Lima como um dos torturadores. Disse ter recebido visita no presídio Tiradentes, onde ficou por três anos, da equipe chefiada pelo capitão, que a ameaçou com novas agressões uma semana antes desse depoimento, em 21 de outubro de 1970. À Folha, porém, ela afirmou que o militar jamais a torturou, mas não o eximiu de responsabilidade. "Ele entrava na sala e via tortura, tenho certeza."DepoimentoEm 26 de fevereiro, 40 dias depois de presa, Dilma havia assinado depoimento à Polícia Civil com detalhes de sua trajetória e nomes de colegas das organizações em que militou.Diante da Justiça Militar, ela reconheceu sua assinatura, mas repeliu todas as declarações -segundo ela, obtidas sob tortura. A Folha obteve a íntegra dos dois depoimentos, assim como dos relatórios dos órgãos da repressão que mencionam Dilma, hoje arquivados no Superior Tribunal Militar.Em 20 de janeiro de 1969, sem saber que ela estava presa, o operário Natael Custódio foi a um encontro marcado com Luiza-Dilma. Foi capturado. "Ela foi muito torturada e levou a polícia. Não teve jeito", diz o agora caminhoneiro que vive em Londrina (PR).Custódio, 65, não se diz atormentado com o passado. Lamenta, sim, o fato de a ministra nunca ter respondido a carta que ele enviou. "Depois que chegam lá em cima, fica difícil. Mas gosto demais dela." O caminhoneiro há cinco anos escreveu pedindo ajuda para ser anistiado. Ainda não desistiu de receber a indenização.Quando ficou presa no prédio da Oban, Dilma indicou endereços e acompanhou policiais a ao menos uma casa de militantes. Segundo ela, indicavam-se "pontos [local de encontro] para parar de apanhar". Custódio, contudo, não é um dos quatro nomes de companheiros presos logo depois da captura da guerrilheira. No depoimento da auditoria militar, Dilma citava que "em consequência direta de sua queda caíram Maria Joana [Teles Cubas], João Ruaro, Savério [Carlos Savério Ferrante] e Vicente [José Vicente Corrêa]".Dilma confirmou à Folha ter dito que os quatro colegas caíram porque ela havia sido presa. "É. Caíram, ponto." A reportagem localizou Ferrante, que não quis falar sobre a prisão.Para o delegado Newton Fernandes, que investigou a VAR em São Paulo e traçou o perfil de 30 dos 70 integrantes, Dilma era muito mais do que a responsável pela distribuição do dinheiro. "Através de seu interrogatório, verifica-se ser uma das molas mestras e um dos cérebros dos esquemas revolucionários postos em prática pelas esquerdas radicais", diz no relatório, cujo conteúdo nem a ministra conhecia.O promotor que denunciou a VAR disse que Dilma "chefiou greves e assessorou assaltos a bancos" e a definiu como "Joana d'Arc da subversão". A comparação hoje provoca gargalhadas da ministra. (FO)
Folha de S.Paulo - Aos 19, 20 anos, achava que eu estava salvando o mundo - 05/04/2009www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0504200908.htm
Aos 19, 20 anos, achava que eu estava salvando o mundo
Dilma diz não ter a mesma cabeça da época em que era guerrilheira, mas se orgulha de não ter mudado de lado, e sim de métodos
Reprodução
Ficha de Dilma após ser presa com crimes atribuídos a ela, mas que ela não cometeuFERNANDA ODILLADA SUCURSAL DE BRASÍLIA UMA DAS três sentenças de prisão de Dilma Rousseff, de 1971, a descreve como a inimiga que "jamais esmoreceu" desde que ingressou na luta armada contra o regime instalado pelo golpe de 31 de março de 1964 e dissolvido 21 anos depois. Leia a entrevista da ministra sobre a vida na clandestinidade durante a ditadura.
FOLHA - A sra. se lembra dos planos para sequestrar Delfim e montar fábrica de explosivos?DILMA ROUSSEFF - Ah, pelo amor de Deus. Nenhuma das duas eu lembro. Nunca ninguém do Exército, da Marinha e da Aeronáutica me perguntou isso. Não sabia disso. Acho que não era o que a gente [queria], não era essa a posição da VAR.
FOLHA - A sra. logo percebeu que a clandestinidade seria o caminho natural?DILMA - Percebi. Todo mundo achava que podia haver no Brasil algo muito terrível. O receio de que um dia eles amanheceriam e começariam a matar era muito forte. Sou bem velha, comecei em 1964. Com o passar do tempo, o Brasil foi se fechando, as coisas foram ficando cada vez mais qualificadas como subversivas. Era subversivo até uma música, uma peça de teatro, qualquer manifestação de rua. Discutir reforma universitária era subversivíssimo. Coisas absolutamente triviais hoje eram muito subversivas.
FOLHA - Foi escolha da sra. o trabalho no setor de mobilização urbana?DILMA - Qual era a outra alternativa?
FOLHA - Havia a expropriação.DILMA - Disso eu nunca quis ser. Nós não achávamos isso grande coisa. A partir de um determinado momento houve uma visão crítica disso, do que a gente chamava militarismo. É muito difícil falar isso porque as pessoas ficam achando que a gente está limpando a barra. Não me interessa ficar falando nisso, é da época e deu. Eu sei que havia uma tensão eterna. Nunca concordávamos uns com os outros porque pensávamos diferente. Bota todo mundo junto, você imagina. Não posso dizer o que aconteceu dentro da direção.
FOLHA - No Rio, a sra. acompanhou a fusão e acompanhou o racha [da VAR] em Teresópolis.DILMA - Na minha cabeça, eu só lembro que a gente conversava e discutia muito, debatia. Tinha uma infraestrutura complexa porque a gente não saía de lá, não podia aparecer. Bom não era. Mas, naquela época, você achava que estava fazendo tudo pelo bem da humanidade. Nunca se esqueça que a gente achava que estava salvando o mundo de um jeito que só acha aos 19, 20 anos. Sem nenhum ceticismo, com uma grande generosidade. Tudo fica mais fácil. Tudo fica mais justificado, todas as dificuldades. Você não ter roupa não tem problema. Às vezes, andava com uma calça xadrez e uma blusa xadrez.
FOLHA - A sra. faz algum mea-culpa pela opção pela guerrilha?DILMA - Não. Por quê? Isso não é ato de confissão, não é religioso. Eu mudei. Não tenho a mesma cabeça que tinha. Seria estranho que tivesse a mesma cabeça. Seria até caso patológico. As pessoas mudam na vida, todos nós. Não mudei de lado não, isso é um orgulho. Mudei de métodos, de visão. Inclusive, por causa daquilo, eu entendi muito mais coisas.
FOLHA - Como o quê?DILMA - O valor da democracia, por exemplo. Por causa daquilo, eu entendi os processos absolutamente perversos. A tortura é um ato perverso. Tem um componente da tortura que é o que fizeram com aqueles meninos, os arrependidos, que iam para a televisão. Além da tortura, você tira a honra da pessoa. Acho que fizeram muito isso no Brasil. Por isso, minha filha, esse seu jornal não pode chamar a ditadura de ditabranda, viu? Não pode, não. Você não sabe o que é a quantidade de secreção que sai de um ser humano quando ele apanha e é torturado. Porque essa quantidade de líquidos que nós temos, o sangue, a urina e as fezes aparecem na sua forma mais humana. Não dá para chamar isso de ditabranda, não.
FOLHA - Quando a sra. foi presa, foram apreendidos documentos falsos, desenho da VAR e um bilhete de amor com as iniciais TG. Era do Cláudio Galeno Linhares?DILMA - Não, era do Carlos Araújo. Era apelido dele. Se você quiser me mandar, eu agradeço. Onde que está isso, hein?
FOLHA - No inquérito arquivado no STM. O bilhete está assim: "Nêga querida, infelizmente não poderei estar aí [no Natal]. Verás na prática, prometo-te..." DILMA - Essa quantidade de te, você acha que é de mineiro, pô? Isso é de gaúcho. Tudo no te... Não falei do Carlos no depoimento. Eles acreditavam que era o Galeno. Carlos era da direção, eu não podia abrir a boca. Depois eles descobriram.
FOLHA - Como foi, durante os dias de Oban, para conseguir proteger a direção? Pelo que vi, alguns nomes não foi possível proteger como Maria Joana Telles, Ruaro, Vicente...DILMA - Eles sabiam deles porque tinha caído outra pessoa que era da direção. Foi por isso que caí. Eu caí porque caiu outra pessoa.
FOLHA - Era com quem a sra. teria um encontro. O José Olavo?DILMA - Essas coisas eu não quero falar, minha filha. Não quero dar responsabilidade para ninguém. Estou muito velha para fazer isso.
FOLHA - No depoimento da Justiça, a sra. cita os quatro como tendo caído em consequência direta de sua queda. A sra. dá os quatro nomes?DILMA - É. Caíram, ponto.
FOLHA - Eu conversei com o hoje coronel, antigo capitão Maurício... DILMA - Ele existe ainda? Ele já não batia bem da bola. Ele continua sem bater?
FOLHA - Eu perguntei se ele votaria na sra. para presidente. Primeiro, disse não. Depois, pediu para retificar dizendo que "depende com quem vai concorrer".DILMA - Minha querida, pelo amor de Deus. A vida é um pouquinho mais complicada que isso. Mas respeito o que ele falou.
FOLHA - Ele participava das sessões [de tortura]?DILMA - Ele era da equipe de busca, nunca participou. Mérito dele. Pelo menos enquanto estive na Oban. Não posso dizer depois. Você tinha aquele negócio de dar ponto para parar de apanhar, e ele levava as pessoas. Ele fez a busca em toda a minha casa. Pegava minhas coisas e perguntava sobre elas.
FOLHA - No depoimento à Justiça, a sra. cita ele como responsável pelas sessões de torturas.DILMA - Que ele torturava pessoalmente, nunca vi. A mim não foi. Que ele entrava na sala e via tortura, tenho certeza. Qualquer um entrava. Te torturavam com a porta aberta.
FOLHA - Li uma entrevista em que a sra. diz que fez treinamento no exterior, mas não consegui encontrar o período em que isso pode ter acontecido. Deu tempo de sair do Brasil para treinar?DILMA - Acho engraçadíssimo porque quando me perguntaram isso, eu neguei que tivesse feito. É que nem aquela lista que sai aí dizendo que eu fiz dez assaltos armados. Nunca fiz uma ação armada. Se tivesse feito, eu estaria condenada por isso. É a mesma coisa essa história do treinamento. Nunca fiz nem treinamento no exterior nem ação armada. É só perguntar para as pessoas.
FOLHA - Incomoda a sra. atribuírem essas ações a seu nome?DILMA - É chato. Não sou supermulher para dizer que não me incomoda. Agora não perco a cabeça por isso. Estão mentindo, têm segunda intenção.
FOLHA - Não teve treinamento no exterior, mas o básico todo mundo sabia como montar e desmontar uma arma. Era questão de segurança do dia a dia?DILMA - Sempre fui muito dedicada, mas não achava isso grande coisa. Nunca fiquei avaliando se devia fazer isso ou aquilo. Não se colocava assim para nós. Falavam assim: "Vai ali e aprende a montar e desmontar a arma". Você ia e aprendia. "Vai ali e escreve um documento." Você também ia.
FOLHA - Como era o dia a dia da prisão? Algumas companheiras de cela dizem que a sra. dava aula de macroeconomia, mas não gostava muito dos trabalhos manuais de tricô e crochê...DILMA - Aprendi bem. Sei fazer tricô e crochê. Você sabe que faço tapete? Mas não aprendi tapete lá, não. Fazia muito bem crochê. Podem falar que eu não fazia... (risos) No fim, gostava de fazer crochê. A gente lia muito, escutava muita música, conversava muito, jogava vôlei. [As aulas] estão fantasiando...
FOLHA - A sra. tinha consciência que continuava na mira da polícia mesmo depois da prisão?DILMA - Tinha. Não podia fazer aniversário que ficavam pendurados nas árvores, olhando.
FOLHA - Quando tem o racha, quem assume a VAR?DILMA - Não me lembro. Se o Espinosa tá dizendo que eu estava... Não sei se fui, se não fui [do comando]. É um período muito pequeno até a queda. Fui uma das primeiras a cair. Eu lembro que eu fui em outubro para São Paulo e nunca mais voltei [ao Rio]. Fiquei lá junto com todo mundo que dirigia a VAR na época. Só me lembro do José Olavo e de mais um. Tinha mais. Tinha quatro.
FOLHA - Muita gente dizia que a sra. era a responsável pelo dinheiro da organização. A sra. era o caixa de São Paulo, para manter militantes, aparelhos?DILMA - Também não me lembro disso, não, que eu era do dinheiro. Se eu fosse do dinheiro, eles tinham me matado a pau. Tudo o que eles queriam era o dinheiro. Não lembro isso, não. Não me lembro de ter caído com um tostão. Se eu tivesse dinheiro, ia ser um festival.
FOLHA - O delegado ficou bem impressionado com a sra. depois do interrogatório. A ponto de defini-la como uma pessoa com dotação intelectual apreciável.DILMA - Interessante... Da onde ele tirou isso, né? Nem me lembro dele. A gente não dava importância para o delegado do Dops, só para a Oban. Deve ter vindo da Oban. Tinha um juiz auditor louco (risos). Ele fez uma denúncia dizendo que eu era a Joana d'Arc do terror. Era ridículo. Ele era dado a essas...
FOLHA - É muito divertido o perfil que o delegado traça.DILMA - Essa parte não era pública, essa parte do delegado. Você conseguiu um documento único. A Oban classificava a gente pelo nível de perigo. O major Linguinha [Waldir Coelho] só interrogava quem ele achava que era direção. Ele falava comigo sempre.
FOLHA - A sra. não pegou o delegado Sérgio Fleury no Dops?DILMA - Quando entrei no Dops, o Fleury estava em viagem. Passei quase um mês na Oban e um mês no Dops. Eu custei a ir embora da Oban. Achava estranho eu não ir embora. Todo mundo ia, e eu ficava. Eu não lembro a data. Vai ficando muito obscuro, como foi e como é que não foi.
FOLHA - Vocês passavam por um treinamento intensivo para deletar as coisas. Tinha que esquecer para não contar?DILMA - Uma parte você tentava esquecer. Sabe que teve uma época em que eu falei uma coisa que eu achava que era verdade e não era. Era mentira que eu tinha contado e aí depois eu descobri que era mentira. Você conta e se convence.
FOLHA - Informação obtida sob tortura é de responsabilidade de quem tortura e não de quem fala? Dá para culpar a pessoa que falou?DILMA - Não dá mesmo. Até porque ali, naquela hora, tinha uma coisa muito engraçada que eu vi. Aconteceu com muita gente, não foi só comigo. É por isso que aquela pergunta é absurda, a do senador [Agripino Maia, do DEM]. A mentira é uma imensa vitória e a verdade é a derrota. Na chegada do presídio [Tiradentes], estava escrito "Feliz do povo que não tem heróis", que era uma frase do Brecht que tem um sentido amplo. Esse fato de não precisar de heróis mostra uma grande civilidade. É preciso que cada um tenha um pouco de heroísmo.
FOLHA - Quando a sra. chegou à Oban, houve muitos gritos?DILMA - Teve. Fazia parte do script. É uma luta eterna entre a sua autodestruição e sua luta para ficar inteiro psicologicamente. A palavra correta é uma disputa moral no sentido amplo da palavra moral. É uma disputa entre éticas diferentes, entre princípios diferentes. Uma pessoa que se dispõe a fazer a outra ter dor tem um processo de difícil identificação. Fico imaginando o que foi Abu Ghraib, porque bota de um lado americanos e de outro lado um outro mundo. Você tem de ser desqualificado como ser humano para ser torturado, santa, senão você não é.
FOLHA - E a família da sra., como reagiu a isso tudo?DILMA - Minha mãe foi absolutamente fantástica. Eles tinham horror de mãe.
FOLHA - Só para deixar claro, a sra. não se recorda desse plano para sequestrar o Delfim?DILMA - Não. Acho que o Espinosa fantasiou essa. Sei lá o que ele fez, eu não me lembro disso. E acho que não compadece com a época, entendeu? Nós acabamos de rachar com um grupo, houve um racha contra a ação armada e vai sequestrar o Delfim? Tem dó de mim. Alguém da VAR que você entrevistou lembrava-se disso? Isso é por conta do Espinosa, santa. Ao meu conhecimento jamais chegou. Não me lembro disso, minha filha. E duvido que alguém lembre. Não acredito que tenha existido isso, dessa forma. Isso está no grande grupo de ações que me atribuem. Antes era o negócio do cofre do Adhemar, agora vem o Delfim. Ah, tem dó. Todos os dias arranjam uma ação para mim. Agora é o sequestro do Delfim? Ele vai morrer de rir.
FOLHA - De qualquer forma, obrigada por tocar nesse assunto delicado...DILMA - Eu estou te fazendo uma negativa peremptória. Para mim, não disseram. Tá?





06/04/2009 - 14:38
Fonte acusa Folha de manipulação
“Nossa primeira conversa durou cerca de 3 horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada”
Por Antonio Roberto Espinosa
Á coluna painel do leitor
Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa “Grupo de Dilma planejou seqüestro de Delfim Neto”, e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal
Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na íntegra, sem edições ou cortes, na edição de amanhã, segunda-feira, 6 de abril, no “Painel do Leitor” (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar.
Esclareço preliminarmente que:
1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em “investigações” telefônicas;
2) Nossa primeira conversa durou cerca de 3 horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponível a todos os interessados;
3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, porém, não conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos à minha participação na luta armada, não da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o sítio Gramadão, em Jundiaí, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o seqüestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditato rial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).
Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o seqüestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a Ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octávio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:
1) A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;
2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;
3) Dilma sequer teria como conhecer a idéia da ação, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que “informação política” é algo completamente distinto de “informação factual”. Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como “vamos seqüestrar o Delfim, você concorda?”. O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para seqüestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturados sofridas. A esse propósito, convém lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante na cional da ALN, não ficou sabendo do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;
4) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou “doutorando em Relações Internacionais”, mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que “a ação chegou a ter data e local definidos”. Se foi assim, qual era o local definido, o dia e a hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;
5) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a freqüência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sítio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logístico, armas, locais de esconderijo etc. Somente após o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública à nação etc. O comando nacional só par ticiparia do planejamento , portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivência militar;
6) Chocou-me, portanto, a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal - apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado -, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.
Osasco, 5 de abril de 2009
Antonio Roberto Espinosa
Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de Abraços que sufocam - E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.
Enviado por: luisnassif - Categoria(s): Mídia, Sem categoria Tags relacionadas: , ,

07/04/2009 - 16:48 Enviado por: wilson yoshio
Da série : não confunda
Não confunda filosofia Ética, ateu , de Spinoza com entrevista cética, a toa, espinhosa .

não confunda excomunhão dos sacramentos com confissão de excrementos.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

domingo ameno de posts a menos : do Luis Nassif

05/04/2009 - 11:49 Enviado por: wilson yoshio

A pior parte da blogosfera é a blogespera.

(E o julgamento do major torturador uruguaio Cordeiro ( plácido e candido como) Piacentini ( piá inocentim ) da operação condor, preso em POa , alguém tem noticias?

no país da piada contra , que a piada apronta , já tinha preparado as manchetes da falha de só pau : )

OPERAÇÃO CANDURA : TORTURA - TOUR GRÁTIS A NOSSOS HERMANOS.

OPERAÇÃO ANDOR : CURSO DE ANJO ( SALTO SEM PARAQUEDAS )

(devagar com o andor que o salto é de sarro )

primeira parte: (eliminatório ) ARREMESSO DE TUPAMARUS AOS TUBARÕES.

segunda parte: (classificatório) MONTONEROS MANEROS AO MAR

06/04/2009 - 01:06 Enviado por: wilson yoshio

Banzai !( viva , hurra ) Kansei * ! ( grito de alegria ) Kanpai **( brinde; saúde ) Ivan Moraes ! 18:35 .Arigatô por concordar com este frasista .

(nihongô ( lingua japonesa ) é uma língua ambigua, tal povo nihonjin : uma palavra pode ter vários significados conforme o kanji com que é grafada .* kansei, com outro kanji , pode ser, também ; ardil, produto do governo, fim, calma.** kanpai pode ser derrota total . o sentido é o que postei . palavras usadas em frases, escritas dá prá captar mas usadas isoladamente gera margem ao subjetivo. então, antes que venham as criticas, destrincho )

num domingo , que o dono-das-chaves-do-portal viaja , a palestrar , nós, pobres postadores ficamos prá encestar a toga da vez, apagar as tiranias hereditárias, exorcizar vilanias eclesiasticas, prá manter a bílis acima da linha da tintura , a fel em chiste.

Vou de carona com vc : ” fhc escreveu um artigo…exceto pela bregaesfera”

Lendo o google, a bíblia de nosso tempo, diz que fhc foi interprete de Sartre no Brasil em 1960…

será que ele traduziu ” o mentiroso encontrava sua verdade na elaboração de suas mentiras “…ou ” o inferno são os outros “… ( os que brilham , naturalmente, que costuram acordos e redigem, a quatro mãos e dezenove dedos ?)

Ou os titulos dos livros sartreanos : A Idade da Razão ( quando chegará? )O Ser e o Nada ( eu não sou mais nada…)

mas perguntar não entende nem defende: as aves e os demos perderam tantos votos a revoar, au revoir, prá soprar a descriminalizar a maconha , Fumada em Horário Comercial, presumo, aspirando os votos na hora da larica, dos que fumam sem-marca?

minha paranóia paira nas prosas das alterosas : não deteriam eles pesquisas sobre um plano E( essencia nas neves dos outros é delirio) , a enterrar o S ?

sou do tempo da ditaral dos genedura. era moda , servil, renomear avenidas prá homengear os de plantão: tÉNicos da seleção a ordenar Dá, Dá… a alquimistas a captar o cheiro dos equinos, no Cheval nº 5 .

ao Pavão de Higienópolis, uma avenida não satisfaz ao ego-gigante ,tem que ser uma EGOPÓLIS… algum alcaide, cai nessa desdita?
saudações frasísticas, e boa semana aos bloguistas do portal.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

G-20=O Brasil de Lula sai bem na foto, e no youtube

O Brasil de Lula sai bem na foto , e no youtube
http://www.youtube.com/watch?v=7vmuSZtiG4A&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=hwqle2t9C4c
http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/files/2009/04/lula-rainha-obama.jpg

Atualização às 11h15:

Tinha acabado de escrever o post abaixo quando vi a manchete no portal Globo.com:

“Obama diz que Lula é o político mais popular da Terra”

Diz a nota:
“Obama troca um aperto de mãos com o presidente brasileiro, olha pra o primeiro ministro da Austrália, Kevin Rudd, e diz, apontando para Lula:
“Esse é o cara! Eu adoro esse cara!”
Em seguida, enquanto Lula cumprimenta Rudd, Obama diz, novamente apontando para Lula:
“Esse é o político mais popular da Terra”.
Rudd aproveita a deixa e diz:
“O mais popular político de longo mandato”.
“É porque ele é boa pinta…’, acrescenta Obama.
Para quem duvidar, a cena aparece em vídeo gravado pela BBC.

Na foto dos 31 líderes mundiais reunidos quarta-feira no encontro ampliado do G20 em Londres para decidir os novos rumos do planeta diante da crise, o presidente Lula aparece sentado, sorridente ao lado da rainha Elizabeth 2ª e do anfitrião, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown.
Atrás dele, em pé, com o mesmo sorriso franco, está o homem mais poderoso do mundo, Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos, que deixou o Clóvis Rossi tão encantado durante uma entrevista que nem falou da foto em sua coluna.
Pode parecer um detalhe banal, tanto que a foto não está nem na primeira página da Folha, o jornal que assino e leio no café da manhã. Também não se faz, nos caudalosos textos das páginas internas, qualquer referência à posição privilegiada do nosso presidente na foto oficial.
Quais foram os critérios? Quem determinou onde ficaria cada um dos líderes? Gostaria de saber. Será que não havia nenhum repórter lá quando este time dos donos do poder mundial se ajeitou e posou para a fotografia?
Trata-se de uma imagem emblemática sobre a nova posição que o Brasil ocupa no mundo, pois até pouco tempo atrás não era tão comum o nosso país participar de reuniões deste porte, muito menos o presidente brasileiro sair tão bem na foto, cheio de graça e moral.
“Para um torneiro-mecânico até que está bom demais…”, eu costumava brincar com ele quando o acompanhava a estas reuniões nos dois primeiros anos de governo. Até para o próprio Lula, acho que tudo isso já virou rotina e nem lhe chama mais a atenção.
Mais importante do que a imagem, porém, é a nova atitude da delegação brasileira nestes encontros. Ao invés de ir lá mendigar ajuda ao FMI para não quebrar, agora o Brasil toma a iniciativa de propor uma reforma deste organismo multilateral _ e se propõe a ajudar os países mais pobres.
“Vamos falar de igual para igual. Se for necessário colocar dinheiro como empréstimo, desde que não diminua nossas reservas, não tem problema. O Brasil não vai agir como se fosse um paisinho pequeno sem importância”, avisou Lula na entrevista que concedeu na viagem de trem até Londres, depois de almoçar com o presidente francês Nicolas Sarkosy, em Paris.
Ele agora pode falar isso porque o Brasil durante seu governo não só zerou a famigerada dívida externa como tem hoje mais de 200 bilhões de dólares em reservas internacionais.
Em seis anos e três meses de governo, o antigo líder sindical mudou a cara do Brasil lá fora e é recebido e respeitado pelos principais líderes mundiais como um igual. Hoje à tarde, por exemplo, terá um encontro bilateral solicitado pelo presidente da China, Hu Jintao.
Lula, de fato, não precisa ler os jornais brasileiros para saber o que pensam os homens que decidem os destinos da economia mundial. Fala diretamente com eles e por eles é ouvido como jamais aconteceu antes com qualquer outro presidente brasileiro.
Sei que alguns leitores vão se sentir injuriados e pessoalmente ofendidos com o texto acima. Mas estes são os fatos, meus caros amigos, não há mais como negar. E me sinto muito feliz por poder relatá-los a vocês, ao contrário de alguns colegas que insistem em esconder a realidade.
Enviado por: Ricardo Kotscho - Categoria(s): Blog”
http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/

A imagem destroçada do Supremo:do Luis Nassif

03/04/2009 - 08:47
A imagem destroçada do Supremo

Duas manifestações de Gilmar Mendes, em suas aparições diárias nos jornais. A primeira é que dos 350 habeas corpus concedidos pelo Supremo, 18 foram para pobres. A segunda, é a de que ele é a favor do direito de resposta previsto na Lei de Imprensa. Isso depois do editorial da Folha admitindo o óbvio: que o direito de resposta é sagrado. Até para admitir limites aos abusos da mídia, Gilmar toma o cuidado de aguardar, antes, manifestação da própria mídia.

O ativismo político
Um juiz só se pronuncia nos autos - esta máxima vigorou por muito tempo. Nos últimos anos o Judiciário resolveu praticar o ativismo político. Conferiu essa procuração (por inércia ou por aval) a Gilmar Mendes.

A partir daí o Judiciário passou a ter a cara de Gilmar e suas palavras passaram a ser a palavra do Judiciário. O que se viu foi a desmoralização completa do órgão máximo da Justiça - o Supremo Tribunal Federal - por obra de um Ministro sem limites.

Nesse período, defendeu despudoradamente os direitos do crime organizado. Deveria ter oferecido a contraparte: a condenação verbal dos criminosos. Deveria ter se manifestado uma vez que fosse em defesa do interesse dos desassistidos. Nada. Foi uma atuação sistemática, diuturna em defesa apenas de criminosos de alto coturno.

Mesmo agindo politicamente, jamais poderia ter aberto mão de uma das qualidades intrínsecas da magistratura: a neutralidade. Que tivesse o cuidado de dosar as críticas e a defesa de direitos. Jamais se ouviu dele, em todo esse período, UMA frase sequer condenando o banqueiro Daniel Dantas ou pelo menos censurando sua conduta. Repito: nenhuma frase.

Usou o CNJ e o Supremo para impor a norma de que prisão só depois de esgotados todos os recursos processuais. Não se viu UMA iniciativa da sua parte para racionalizar o rito processual.

As tramóias do grampo

Fez mais: agindo em nome do Supremo, participou de duas tramóias. A primeira, ao endossar a tese da revista Veja de que tinha sido alvo de um grampo da parte da ABIN. A segunda, ao transformar em escândalo um relatório de segurança inconclusivo, sobre uma escuta ambiental que jamais existiu. Antes disso, ao avalizar o “cozidão” sobre a suposta República do Grampo, que precedeu os dois factóides.
Na época do “cozidão”, Márco Aurélio de Mello e Sepúlveda Pertence, que tiveram suas declarações “esquentadas” pela revista, trataram de retificar em outros veículos. Mendes foi o álibi para uma armação que não se sustentava em pé.

Como terminou essa jogo de cena? Com Gilmar confessando - na sabatina da Folha - que não tinha nenhuma prova sobre a participação da ABIN na escuta; e admitindo que a segurança do Supremo errou na interpretação dos tais sinais captados por seu sistema anti-grampo. Nenhuma dessas confissões de culpa saiu na mídia escrita.
Ficou assim: uma acusação alardeada por todos os jornais; e uma retificação quase em off. Em poderes menos solenes que o STF, tal confissão viria acompanhada de um pedido de renúncia. Provavelmente nem o presidente da Câmara de Deputados resistiria no cargo, depois de desmascarada sua armação. No Supremo, nada ocorreu, nada, em uma comprovação da insensibilidade e paralisia que acometeu o órgão.
Além de jamais ter levantado a voz contra os infindáveis abusos da mídia - inclusive no assassinato de reputação de magistrados - praticou censura contra programas da TV Câmara, cujas conclusões não lhe eram favoráveis.

O pai dos pobres

Ontem, na tentativa de limpar a imagem, fez um levantamento dos casos de habeas corpus dados pelo Supremo. Para provar que não é a favor dos ricos apenas, levantou que, entre os 350 HCs concedidos, 18 foram para pobres. É o país da piada pronta! Que fosse a metade, não apagaria a impressão indelével de que HCs para pobre servem apenas para criar precedente para justificar HC para influentes - como o caso da lei das algemas.

Uma democracia se faz com pesos e contrapesos. A atuação insólita, vulgar, suspeita de Gilmar Mendes, conseguiu trazer luz para um ponto: quem controla o Supremo? Quando ele dá declarações de que o Supremo pode tudo, inclusive reinterpretar a Constituição, cadê o limite? Quando investe sobre as prerrogativas dos juizes de primeira instância e dos tribunais, cadê o contrapeso?

Que os ilustres colegas de Gilmar dispam a toga e passeiem como mortais comuns pelos blogs e sites de notícias. Entrem em qualquer notícia aberta a comentários.

Não precisa ser de blogueiros críticos, mas dos próprios jornais cúmplices de Mendes. E confiram qual a imagem real do Supremo, olhem-se no espelho dos comentários e constatem o mal que Gilmar Mendes cometeu contra a imagem de uma instituição outrora respeitada.
Enviado por: luisnassif - Categoria(s): Justiça Tags relacionadas: ,
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03/04/2009 - 12:22 Enviado por: wilson yoshio

Quem togou Mendes que o desentorte…

(vai sem exclamação! esse ponto é prá admirar, não prá mirar irado!

reticencias, na sua essencia, sinalizam omissão…
quem o nomeou, hoje sócio do ócio, logo, sabia das coisas…nenhum entrou pro ppt ( programa de proteção de TrETtaS e muMunhas )…

então…cabe a nós, sociedade, sem saciedade, incitável, incivil, sem ser servil, sem ser mídiavil, blogueira linkada , os mouse-irados, os teclas-linkados , os caps-lockeados,
fundar a Sociedade do Portal Nassifel …( aos bons, o mel, aos maus, o fel… )

uma kombi de blogueiros, ou, prá ele, dogueiros, tanto faz… vamos, amordaçar, ser a mostarda que arda nos olhos dos outros é delírio…

para desvendar Gilmauron, o grande-olho, onisciente, onipresente, onidireitante, aquele que a todos quer julgar e condenar, segundo suas interpretAÇÕES…

a GeMa togada de Diamantino, que pode não dar rima mas dilapidação

( dicionário Silveira Bueno, pág.214: s.f.esbanjamento; roubo;apedrejamento )

Se Lord das Togas julgasse no Nihon cometeria harakiri, não haikais…

( Michaelis: pág:129: série de poemas que tem como tema o mundano e o cõmico )

Este é o país que a piada conta. que a peãozada compra.

Nós, simples boçais, bocejantes, pagamos a monta do prejudiciário…

Até quando?

Nassif, sua contribuição ao livro da Justiça, além de premiar seus posts, dá um salvo-conduto prá encabeçar essa.

A combatividade virou compassividade, compatibilidade. vamos resgatar a com-patibular nossa de cada indigna ação do supra-supremo.

Nós, sinuqueiros, temos que sair dessa sinuca, com efeito em três tabelas e cantando a caçapa, matar a toga da vez…

Sem chôro, eu canto em karaokê.

Devagar com o jarro que o supremo é de barro.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

ecos do taikô, da crise do nihon

19/01/2009 - 22:06 Enviado por: wilson yoshio

eu era bunka no tsuyaku(tradutor e repercutidor para gaijins(estrangeiros) de noticias recebidas por meru(email) da prefeitura de Oizumi-shi,trabalho voluntário,numa comunidade de 4914(dados de 01.2005)brasas, o que sem exagerar,equivale a uma rua de sampa.

a provincia,Gunma-ken,tem 46.000 gaijins,17.000 brasas.em nov/2008 a prefeitura nos convidou para uma reunião com o intuito de ouvir,colher sugestões,debater com os gaijins.

estranhei o local,um restaurante dentro de um mercado de brasileiros,o fracasso:8 funcionarios da prefeitura,5 do mercado mais 4 do restaurante,8 brasas,uma reporter de revista em portugues(a midia destinada a brasileiros compõe se de revistas gratuitas,patrocinadas por mercados,agencias de turismo,empreiteiras e serviços usufruidos pela comunidade),

a ipc(retransmissora da probo) e midia japa,duas tsuyakus(tradutoras)brasas.assessora do prefeito expõe o proposito,tsuyaku traduz e incentiva perguntas..”olha a midia aí gente!façam suas perguntas!!”

eita!já que ninguem se manifesta…pergunto:a crise chegou ao nihon,a subaru(fica em Ota-shi,cidade gemêa de Oizumi) demitiu 700(a maioria brasileiros) só se fala em kubi(demissão, a palavra escrita com outro kanji tambem significa cabeça ou pescoço, o que leva brasas a passarem a mão,simulando uma faca,num gesto,temido,universal).

vcs não poderiam montar uma central de vagas reais(empreiteiras aproveitam a crise ,promovem a diminuição do valor da hora,e “fazem recadastramento”) da região,divulgando na Net?já temos noticias de familias de brasileiros morando em baixo de pontes,pessoas viajando sem rumo ,atrás de emprego.gastando suas parcas economias,em vão.no meu país,apesar de tropical,existe recolhimento em albergues ,da população de rua,com banho quente,comida,roupa limpa, aqui neva,ja tivemos um caso de morte de criança por choque termico.

o que voces se propõem a fazer?temos 40 nacionalidades de gaijins,não podemos privilegiar vcs que são a maioria.vamos ligar para outras prefeituras,ver o que eles estão fazendo,aí informaremos sua embaixada.tambem tem nihonjins(japoneses) desempregados.a crise não escolheu nacionalidade.

eu sei,só que vcs estão na sua terra,nós não,além das 20.000 milhas aereas(isso dá filme) que nos separam fisicamente,existe uma barreira cultural em tudo, nós aprendemos hiragana e katakana,

seus produtos,placas ,quadros de avisos,eki(estação de trem)lojas,suas rotas(ruas) são em bangou(numeros)mas não tem identificação de predios,casas,só quadra,e yubin bangou(o equivalente ao cep no brasil).

vcs usam o slogan braziliantown,que tal uma lei para placas em romaji(alfabeto latino)?
nos nunca usamos braziliantown.então é criaçao da midia,dos depatos(lojas)dos supas(supermercados)?

silencio.encerrei…no meu país ninguém morre por não ter plano de saude,existe gratuidade,ninguem é despejado pela policia por ter atrasado um dia de aluguel,tem leis normativas,gaijins não são discriminados,muito pelo contrario,
são bem acolhidos.

arigato,eu sou wilson yoshio,brasileiro,bloguista ,cada vez mais orgulhoso da minha raça e origem brasa,11 meses aqui.

respondo aos colegas: o shakai hoken cobre aposentadoria e assistencia medica mas tem restricões,tanto pelos empregadores quanto pelos empregados,pelo alto custo para ambos.quando do retorno ao seu país,permite reembolso(60%)apos algum tempo.os planos de saude municipais obrigam desembolso no ato de um percentual, o hoyo hoken e´seguro desemprego mais barato com 6 meses de contribuição,um parto normal(não coberto pelos planos) custa 10.500 doru(dolares).

se saiu alguma nota na midia?para um evento chapa branca?majime de!(fala sério!)e burajirujins(brasileiros) ainda malham o patropi…paz na web aos brazucas de boa postagem!

19/01/2009 - 23:57 Enviado por: wilson yoshio
gomen(perdão)nassif!don da ke(um toque mais)!faltou …nos aprendemos hiragana,katakana,vcs escrevem tudo em kanji.
(cansei de comprar vinagre (de maçã) por óleo,sal por açúcar,até aprender,sal é escrito em azul,açúcar em vermelho).

na tela do keitai(celular) lia que o Banco do Brasil, ainda, arrecadava para o fome zero!

e o FRIO ZERO?minha torcida era para,num país governado por um ex sindicalista,sair a equivalencia da previdencia,perdi a esperança ao ler que os “tenicos japs”não conseguiam entender “como aqui ,no Brasil,se aposentava com o mesmo valor da ativa”,esqueceram de contar que a maior aposentadoria era de 20 sm?

o oitavo ano do bug que deu tilt se foi,os ecos do centenario idem, a oportunidade e os stands se foram,o inoportuno de antes permanece como dantes,no cartel de dantas…no forum?

um anagrama vale uma grana,uma grama…